A Garota Da Capa Preta
(Um conto
inspirado na obra de L.J Smith)
E
lá vem ela, tão linda, tão linda com sua capa preta andando na sombra da morte
como uma alma em um cemitério. Nos seus olhos ela mostra todos os segredos que
jamais contará. No seu jeito de andar, percebe-se que ela quer correr de tudo,
nos seus lábios percebemos a vontade que ela tem de gritar.
E
lá vem ela novamente, com seu hálito refrescante de menta, tão linda de pele
clara alva, de olhos verdes e cabelos claros como mel de abelha. Parece até
certa protagonista de um conto de fadas, que sofre com uma madrasta má.
E
lá vem ela, tão linda, tão linda em sua capa preta.
— A
Garota da capa preta.
Indianara
M. Rodrigues.
Prologo
Ela havia sido amaldiçoada, era algo que sempre caiu
sobre as mulheres de sua família. Tão frágil e pequena não entendia, naquela
época, porque todos a tratavam com tanto desprezo e indiferença, mas agora,
agora que sabe do seu destino, entende porque seus pais a deixaram; entende
porque sua família nunca a quis por perto, entende porque tem que passar a vida
toda lutando por um futuro que sabe que nunca terá. Era algo triste,
inconsolável. Mesmo assim, ela ainda não
consegue entender o que as pessoas têm a ver com isso, então sempre colocou em
mente, que era apenas medo e preconceito. AQUELA GAROTA DA CAPA PRETA. Era como
o vilarejo inteiro a chamava em sussurros que pensavam que ela não ouvia ou
talvez quisesse que ela ouvisse.
Em uma pequena
população de quinhentas e cinquenta pessoas, tudo é pequeno, menos a língua do
povo.
Quando soube que em seu sangue havia uma maldição ela
tentou dezenas de vezes se suicidar, pensou que aquilo era o certo e que aquele
deveria ser seu destino, mas sempre que iria concluir o processo perdia a
coragem, ficava com muito medo. Mas porque sentir medo da morte já que não é bem
vinda nesta vida? Ela sempre se perguntava quando se sentava no chão frio e
pesado de St. Madalenna. Este nome fora
dado pelos antigos habitantes do vilarejo, em homenagem a uma das raras
mulheres que sobreviveram a maldição de ser uma bruxa.
Reza a lenda de 1675 que quando Madalenna descobrira
sobre tal coisa em seu sangue ela se purificou ficando um ano inteiro sem
comer, falar, e beber. Parecia algo
impossível, quando o vilarejo inteiro a via andar pelas ruas como um zumbi.
Então a beira da morte, dizem que viram uma luz escurecida sair de seu corpo, e
então no dia seguinte estava livre da maldição.
Ela, Katherine pensou em fazer isso. Pensou em andar
365 dias sem comer nada e viver para a purificação. Mas não iria conseguir,
pois era fraca, inútil assim como todos diziam. Todos inclusive Mona, uma
feiticeira que a acolheu desde pequena, era uma mulher perversa, sempre mandona
e com um ar superior, às vezes sempre que estava com uma raiva incrível, já
acordava batendo na moça simplesmente para despencar sua raiva, seu ódio pela
vida. Katherine era mantida na casa como uma escrava, como um nada, como um
saco de lixo ou um pedaço de fardo que não era dela. Mas apesar de tudo, ela
não reclamava, aguentava firme sabendo que mais cedo ou tarde iria morrer pelas
mãos da população. Não demoraria tanto,
faltava apenas dois meses para completar dezesseis anos. Era simples esperar a
morte chegar, normal até.
Mas, certo dia no verão de 1890, descobriram um livro
em uma secreta irmandade na Itália que guardava um feitiço que tiraria de uma
bruxa essa maldição do destino. Katherine ficou sabendo disso quando Mona
estava comentando com uma amiga no jantar de ontem. Então há uma esperança! Pensou ela sorrindo quando ouviu. Viu que a
muito essa felicidade, não aparecia em sua vida. Então era isso, ela tinha que
encontrar este livro com o feitiço, ela tinha que se livrar dessa maldição.
Pessoal este é o Prólogo do livro que fiz primeiramente e inteiramente para o blog durante os dias irei postando mais bjos espero que gostem!
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