1: Coisas que odeio
Q
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uando
acabei de lavar o chão, fui direto para a floresta, seguro meu vestido junto
com a capa para não ficar arrastando no chão. Corro, e corro frequentemente,
para não correr o risco de Mona me ver. Escorreguei duas vezes até conseguir
tomar o impulso que deveria, então quando chego ao lugar, vejo o por do sol
começando. Quase perco hoje essa maravilha, fico com medo por isso.
Gosto
deste lado da floresta, porque é onde jamais há pessoas, é raro alguém vir
aqui. Certa vez quando vim aqui para ver o por do sol novamente, havia um rapaz
ele era singelo e bem franzindo era como se ele estivesse fugindo de tudo e
todos, assim como eu, mas quando me viu naquele momento saiu correndo como se
estivesse visto um monstro. E nunca mais voltou. Fico feliz por ele não ter
saído pelo vilarejo gritando que havia me visto.
Me
sento na beirada do penhasco, um belo local para apreciar a paisagem fecho os
olhos sentindo o vento em minha pele, e tento não chorar, sempre tento não
chorar, sempre. E sinceramente estou cansada disso, não gosto muito de relatar
o que vivo e sinto, mas é a mais pura verdade, e ela me persegue a cada minuto
que respiro a cada segundo que pisco os olhos. E quando os abro percebo que
meus olhos estão marejados, molhados levemente. Odeio isso, odeio me importa
comigo, e com esse sentimento de auto piedade.
Odeio como tudo a minha volta parece em inercia, mas ao mesmo tempo se
movimentando tão rápido que mal posso enxergar. Odeio saber que estou em pleno
século XXI, mas ainda ando com roupas do século XIX. Fico pensando em como será
quando for para a escola semana que vem, tenho que ter algo da época, algo que
me desloque um pouco desse mundo cheio de perversidades de bruxarias. Apesar de
ter o sangue delas correndo em meu corpo, não sinto nada de diferente em mim,
apenas algumas coisas como: O corpo quente quando um vulcão vai explodir, Um
peso nas pernas quando um terremoto está por vir, Algo diferente no ar e então
recebo a notícia de que um furacão passara na américa do norte. Mas, apenas isso
nada demais eu acho.
Ao
contrário do que toda a população vê meus extintos não são aguçados, não
produzo fogo, não faço formas em água. Não consigo fazer um terremoto
acontecer, não posso fazer um furacão do nada surgir, não consigo mexer em um
vulcão.
E
mesmo se conseguisse, não iria usar meus poderes para ferir alguém, porque tudo
o que eu quero é ser normal, quero ser como todas as garotas da minha idade.
Quero apenas me apaixonar por um cara que saiba tocar guitarra, quero apenas
ser aceita, quero ser eu mesma apenas isso.
Será que é tão difícil compreender?
Muito obrigado pela hospitalidade Isabelle, também seguindo seu blog amei ele é claro!!!!
ResponderExcluirbeijos!